Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento repudia rapto de 200 meninas na Nigéria e apela ao seu regresso em segurança
O mundo tem despertado, nos últimos dias, com as impressionantes imagens e notícias que nos têm chegado da Nigéria, para um dos mais terríveis pesadelos que meninas e raparigas enfrentam em alguns países e comunidades e que representam uma horrenda e inaceitável violação dos direitos humanos das crianças e mulheres.
Através do rapto por grupos fundamentalistas, mais de duas centenas de meninas foram roubadas às suas famílias, e há um número indeterminado em risco, por duas razões: nasceram mulher e vão à escola.
A violação dos direitos humanos de meninas, raparigas e mulheres é uma constante documentada, que ofende a humanidade e exige de todos manifestações responsáveis e explícitas de indignação, repúdio e uma ação global que traga estas meninas de volta e em segurança às suas casas e comunidades.
Os direitos humanos são universais, indivisíveis, inalienáveis e, no entanto, a nível mundial uma em cada três mulheres sofre um tipo violência ao longo da vida; muitas mais são discriminadas, o que é também uma forma de não cumprimento dos Direitos Humanos.
É urgente pôr cobro ao rapto destas meninas estudantes da Nigéria. Os relatos multiplicam-se: são vendidas, traficadas como noivas e escravas sexuais.
A educação, a saúde, a igualdade, a cidadania e a integridade física e psicológica são direitos humanos essenciais. Não podemos ficar indiferentes nem silenciados perante o seu desrespeito.
Mulheres e meninas têm o direito de viver livres de todas as formas de intimidação, perseguição e de todas demais formas de discriminação e violência, para que possam crescer em segurança e participar ativamente, com todo o seu potencial, na vida pública e cívica.
Não agir perante esta agressão é recuar nos ganhos de Direitos Humanos e Igualdade que fomos alcançando.
Não agir hoje de forma eficaz, sobre os ataques de mulheres e meninas é uma forma de encorajar e pactuar com estes crimes. Resgatar estas meninas, levar os raptores a tribunal e evitar que isto aconteça de novo é o mínimo que podemos fazer.
O Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento junta a sua voz e indignação ao movimento global pela libertação e segurança destas meninas.
Apelamos aos partidos políticos, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Cooperação Portuguesa, às representações de Portugal junto das Nações Unidas, às nossas famílias políticas e à sociedade civil na Europa e no Mundo que se mobilize e faça chegar a nossa voz de repúdio pelos crimes mas também a nossa solidariedade às famílias e às meninas em risco.
Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento
(Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)