Nesta Newsletter, analisamos a urgência de reformar a ajuda global, a mobilização contra ataques às ONG na UE, o impacto da crise humanitária em Gaza e a importânica da coerência das políticas de desenvolvimento, que coloquem a justiça no centro da ação internacional.
O mundo atravessa uma fase de desafios complexos: a cooperação internacional regista uma queda preocupante, enquanto crises humanitárias se aprofundam, como em Gaza, onde a fome é usada como arma. Ao mesmo tempo, a democracia é ataca por desinformação e tentativas de enfraquecer a sociedade civil. Em Portugal, as pessoas querem ver fortalecida a cooperação para o desenvolvimento, mas as políticas ainda falham em corresponder.
Descubra mais sobre estes temas nos artigos da autoria da Presidente da Plataforma Portuguesa das ONGD, Carla Paiva, FEC e IMVF, e Médicos do Mundo.
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É tempo de reafirmar o compromisso com a Ajuda Pública ao Desenvolvimento
A cooperação internacional enfrenta uma grave crise, com queda de 7,1% na ajuda global em 2024, num contexto de crescentes necessidades e crises. O sistema atual privilegia os doadores, perpetuando desigualdades e dependências. É urgente reformar, colocando os países parceiros no centro e garantindo financiamento justo e inclusivo. Portugal aumentou a sua ajuda, mas é preciso reforçar a cooperação bilateral. A FFD4 de Sevilha deve ser decisiva para uma mudança justa e sustentável.
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ONG sob ataque: 600 organizações unem esforços para defender a sociedade civil
A Civil Society Europe liderou uma mobilização contra ataques infundados ao financiamento das OSC no Parlamento Europeu, que visam descredibilizar a sociedade civil. O manifesto denuncia desinformação e defende o papel essencial das OSC na democracia, monitorizando governos e promovendo direitos. O financiamento público transparente é vital para fortalecer a participação cívica e proteger os valores europeus face a narrativas autocráticas e ataques políticos.
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Gaza: quando a fome é estratégia
A fome em Gaza não é consequência inevitável da guerra, mas resultado de decisões políticas que impedem a entrada de ajuda humanitária. A Médicos do Mundo documenta que a desnutrição afeta milhares, sobretudo crianças e mulheres grávidas. Desde março de 2025, o cerco imposto agravou a crise, usando a fome como arma de guerra. O sistema de saúde colapsa, e o controlo militar da ajuda compromete o seu carácter humanitário. O silêncio global é cumplicidade - é urgente agir.
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Ajudamos? Ou... mais ou menos?
Uma sondagem da FEC e do IMVF, no âmbito do projeto “Coerência - o Eixo do Desenvolvimento”, revela que 83% dos portugueses valorizam a cooperação internacional. Contudo, as políticas públicas nem sempre refletem esses compromissos. A campanha “Ajudamos… mais ou menos?” questiona estas contradições e reforça que ajudar não é fazer mais ou menos – é fazer melhor, colocando a coerência e a justiça social no centro da ação política global.
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