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29 mai 2022 Fonte: Plataforma Portuguesa das ONGD Temas: Sociedade Civil

O estudo «Inovação e Mudança nas Organizações Não-Governamentais de Desenvolvimento (ONGD) Portuguesas», surge na prossecução do trabalho de investigação desenvolvido pelo Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA) do ISEG – Universidade de Lisboa, sobre inovação para o desenvolvimento, e enquadra-se no âmbito de um projeto com o mesmo título financiado pelo Camões, I.P. e realizado pela Oficina Global, em colaboração com a Plataforma Portuguesa das ONGD.

O estudo começa por enquadrar o conceito e a abordagem da inovação para o desenvolvimento no contexto da Cooperação Internacional, definindo-a como “a implementação de novas tecnologias, produtos, serviços, processos, modelos de negócio/sociais/organizacionais, parcerias e mecanismos de financiamento que procuram resolver problemas complexos de desenvolvimento nos países em vias de desenvolvimento ou pode dar ênfase à implementação dessas novas soluções em larga escala, contribuindo para a transformação social ou mudança sistémica”. Apresenta em seguida um mapeamento da cultura, da capacidade, e das estruturas de apoio à inovação existentes nas ONGD portuguesas, e identifica os obstáculos/constrangimentos à inovação nestas organizações.

Destacando o papel das ONGD portuguesas em resposta a várias crises e problemas do Desenvolvimento, o estudo apresenta uma caracterização das ONGD, que retrata o cenário coletivo atual dos recursos, áreas de trabalho, limitações, obstáculos e desafios internos do próprio sector, que dificultam a sua intervenção e inovação. O documento inclui ainda uma análise detalhada sobre a perspetiva das ONGD face à Inovação, as suas motivações, os constrangimentos que influenciam a sua capacidade para inovar e uma análise à cultura de inovação e estruturas de apoio existentes.

Os resultados indicam que, apesar das dificuldades (particularmente as que se sentem em termos de financiamento, recursos humanos e estruturas formais), a inovação está presente na agenda, nas estratégias e nas prioridades das ONGD, sendo encarada como uma ferramenta para melhorar a eficácia e o impacto do seu trabalho. A Inovação não é, no entanto, vista ainda pelas ONGD como um caminho para procurar alternativas aos modelos de desenvolvimento, com vista à transformação social e mudança sistémica.

Neste sentido, o estudo aponta alguns caminhos possíveis para uma mudança de perspetiva das ONGD face a uma abordagem da Inovação mais holística e enquanto construção de mudança social e sistémica, nomeadamente através de:

  • Aposta na reflexão interna para desenvolver e implementar estratégias e projetos de inovação;
  • Aposta no desenvolvimento de mais e melhores sistemas de aprendizagem contínua, incluindo monitorização e avaliação;
  • Promoção do trabalho colaborativo, abordagens inclusivas e investimento em parcerias para a inovação.
  • Investimento na formação e capacitação de colaboradores de ONGD em vários temas ligados à “inovação para o desenvolvimento”.
  • Desenvolvimento da capacidade que as ONGD portuguesas têm de comunicar a inovação feita no âmbito do seu trabalho.

Com a apresentação de recomendações para possíveis caminhos para as ONGD e os seus parceiros, esta reflexão pretende ser um contributo na construção de um ecossistema mais propício à inovação no setor.

Leia o estudo completo aqui.
 

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