14 mai 2024 Fonte: ONGD VIDA Temas: Direitos Humanos, Cultura, Cooperação para o Desenvolvimento
Por ONGD VIDA - Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano
A 21 de maio assinala-se o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, com o objetivo de destacar a importância absoluta do diálogo intercultural para a paz e o desenvolvimento, e celebrar a riqueza cultural de todas as geografias humanas da nossa Casa comum. A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural de 2001 (ONU) reconhece, inclusive, “o potencial da cultura como meio de alcançar prosperidade, desenvolvimento sustentável e coexistência pacífica mundial”. Partindo precisamente da premissa de que as artes e a cultura são fundamentais para o desenvolvimento integral de qualquer sociedade ou país, a VIDA iniciou no final de 2021 um projeto nesta área – Ur-GENTE, Centro de Artes Cénicas Transdisciplinar de Bissau – que surge como uma resposta integrada e atual aos principais condicionalismos identificados, bloqueadores do desenvolvimento do setor cultural e seus agentes na Guiné-Bissau. Este projeto condensa um objetivo (e um sonho!) de contribuir para tornar efetivo e visível o potencial cultural e artístico existente na Guiné-Bissau, tornando-o uma forma de afirmar o seu lugar no mundo e de trazer benefícios concretos para a sua população, contribuindo igualmente para a paz, a coesão e o desenvolvimento. Como afirmou Benvinda, uma das formandas do projeto Ur-GENTE: “Sem arte, um país não se pode desenvolver. Só com arte podemos ser melhores.”
Foi no âmbito deste projeto que, entre 27 e 31 de março de 2024, decorreu a primeira edição do DJINTIS - Festival Internacional de Artes Cénicas de Bissau, dedicada à TERA/TERRA. Um evento único e, acima de tudo, uma celebração da arte e da cultura e do seu potencial que extravasa fronteiras, promovendo inúmeros encontros e diálogos. Ao longo de 5 dias, o DJINTIS acolheu em Bissau artistas e companhias de 8 países (Guiné-Bissau, Senegal, Guiné-Conacri, Cabo Verde, Portugal, Reino Unido, Brasil e Dinamarca), num total de 28 eventos junto de um público entusiasta de 1160 espetadores. A programação integrou espetáculos de teatro e de dança, residências artísticas, formação e conversas profissionais, e destacou-se pela sua diversidade, cruzando estéticas, afetos, línguas e públicos de diferentes faixas etárias. Ligando a criação artística tradicional e contemporânea guineense à cena artística internacional, a programação deu, ainda, especial ênfase a produções, criadores e agentes que atuam nos nossos territórios comuns, crioulos, lusófonos e francófonos.
Os espetáculos internacionais sobressaíram pela multiplicidade de géneros artísticos, temáticas e naturezas, ocupando espaços formais e informais da cidade de Bissau, tendo como palco principal o recém-inaugurado espaço Ur-GENTE. O festival também foi o momento para voltar a partilhar com o público as 4 produções internas, criadas no seguimento dos processos de formação e criação, desenvolvidos pelos 3 parceiros de projeto (Companhia de Música Teatral, Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo e Grupo de Teatro do Oprimido da Guiné-Bissau) com o coletivo de cerca de 80 formandos em artes cénicas.
O último dia, 31 de março, terminou em celebração com uma parada festiva, simbolicamente iniciada junto do busto de Amílcar Cabral, no Porto de Pindjiguiti, percorrendo as ruas de Bissau Velho até ao espaço Ur-GENTE, onde os últimos espetáculos, ovações e palavras emocionadas, encerraram a primeira edição, sonhando já com o futuro! Pode ver aqui o vídeo resumo do DJINTIS
Sobre o projeto Ur-GENTE, Centro de Artes Cénicas Transdisciplinar de Bissau
O Festival DJINTIS foi promovido no âmbito do projeto Ur-GENTE, Centro de Artes Cénicas Transdisciplinar de Bissau, implementado pela ONGD VIDA, envolvendo três países e uma rede de organizações parceiras: da Guiné-Bissau, o GTO – Grupo de Teatro do Oprimido; de Cabo Verde, a ALAIM – Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo; e de Portugal, a Companhia de Música Teatral. Este projeto está enquadrado na ação PROCULTURA, financiada pela União Europeia, gerida e cofinanciada pelo Camões I.P.
A 1ª edição do DJINTIS contou, ainda, com o apoio financeiro do Institut Français.
Créditos: ONGD VIDA