28 mar 2019 Fonte: JOINT Temas: Ajuda Humanitária e de Emergência, Sociedade Civil
A JOINT – Liga de ONGs em Moçambique –, parceira da Plataforma Portuguesa das ONGD, relata a situação vivida no país na sequência do Ciclone IDAI, dando a conhecer a atuação da Sociedade Civil Moçambicana e apelando à importância da coordenação entre as diferentes entidades nacionais e internacionais na resposta humanitária às populações afetadas.
A JOINT e mais 16 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) nacionais estão a organizar um grupo da Sociedade Civil (SC), o qual será interlocutor directo com as instituições governamentais e os parceiros locais e internacionais, posto que muitas das OSCs, a JOINT e os Fóruns Provinciais inclusos, disponibilizaram contas bancárias, pontos de recolha de donativos, e estão neste momento em várias cidades nacionais a colherem donativos em solidariedade para com as Vítimas do Ciclone IDAI.
Desde o fatídico dia 14 de Março, cidadãos e OSCs, nacionais e internacionais, mobilizam-se para prestarem seu apoio às vítimas do Ciclone IDAI que ceifou vidas humanas, e gravemente quebrou direitos básicos, designadamente, habitação, alimentação, educação, saúde, entre outros.
Com efeito, a partir do dia 18 de Março, foram criados vários movimentos e espaços de discussão sobre o que aconteceu e estava a acontecer na Cidade da Beira e nas Províncias de Manica, Tete e Zambézia, motivando por via disso, vários apoios e acções urgentes, desde apelos e solicitação de apoio de parceiros nacionais e internacionais.
Importa referir que até ao momento, o conjunto das ONGs fizeram as seguintes principais contribuições:
- Mais de 20 toneladas de bens alimentícios através de vários movimentos de OSCs e cidadãos, com destaque para o Movimento “Unidos por Moçambique”;
- Medicamentos, produtos de higiene pessoal e material escolar
A JOINT e seus parceiros, acredita que este apoio tem estado a ajudar a aliviar o sofrimento dos nossos irmãos e das nossas irmãs.
No entanto, estas contribuições estão longe de serem satisfatórias. A situação na Cidade da Beira continua sendo caótica. Os relatos e as imagens transmitidas, apresentam um ambiente de sofrimento, desespero e um futuro incerto; famílias dispersas, crianças sem seus pais, homens e mulheres perderam seus entes queridos. Segundo os cálculos das Nações Unidas só nos próximos 3 meses serão necessárias 83 toneladas de alimentos.
Muito por conta do contexto em que surge esta calamidade, designadamente, a situação das dívidas ocultas, o “terrorismo” na Província de Delgado, preparação das eleições gerais e provinciais 2019, semeou-se na sociedade moçambicana um ambiente de desconfiança, exigindo-se responsabilidade e transparência dos actos praticados por instituições governamentais.
Por isso, a JOINT apela que seja institucionalizado urgentemente um mecanismo de denúncia e reclamações, e que as OSCs actuem em rede e não de forma descoordenada, integrando uma plataforma de acção conjunta entre as OSCs nacionais, internacionais, sector privado e o governo.
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