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02 jan 2018 Fonte: UNICEF Temas: Direitos Humanos, Sociedade Civil

NOVA IORQUE, 28 de Dezembro de 2017 – As crianças que vivem em zonas de conflito sofreram um número de ataques sem precedentes durante este ano, alertou a UNICEF hoje, salientando que as partes envolvidas em conflitos desrespeitam de forma extremamente grave a legislação internacional destinada a proteger as pessoas mais vulneráveis.

“As crianças estão a ser atacadas e a testemunhar ataques e violência extrema nas suas casas, escolas e recreios,” afirmou Manuel Fontaine, Director de Programas de Emergência da UNICEF. “Não podemos ficar indiferentes a estes ataques que acontecem ano após ano. Tamanha brutalidade não pode ser vista como algo que passou a ser normal.”

Em zonas de conflito em todo o mundo, as crianças tornaram-se alvos de primeira linha, são usadas como escudos humanos, mortas, mutiladas ou recrutadas para combater. Violações, casamentos forçados, raptos e escravatura tornaram-se tácticas recorrentes em conflitos, seja no Iraque ou na Síria, no Iémen ou na Nigéria, no Sudão do Sul ou em Myanmar. 

Em alguns contextos, as crianças raptadas por grupos extremistas são abusadas e quando libertadas são novamente detidas por forças de segurança. Milhões de crianças estão a pagar o preço destes conflitos: sofrem de má nutrição, de doenças e ficam com traumas graves. Vêem serviços básicos serem-lhes negados – incluindo o acesso a comida, água, saneamento e serviços de saúde – ou serem danificados ou destruídos pelos confrontos.

Ao longo de 2017:

  • No Afeganistão, quase 700 crianças foram mortas nos primeiros 9 meses do ano.
     
  • No Iémen, pelo menos 5.000 crianças foram mortas ou ficaram feridas durante os cerca de 1.000 dias de confrontos, segundo dados confirmados, mas estima-se que os números reais sejam muito mais elevados. No total, cerca de 1,8 milhões de crianças sofrem de má nutrição – destas, 385.000 estão gravemente malnutridas e em risco de morrer se não forem tratadas com urgência. 
     
  • No Iraque e na Síria, crianças terão sido usadas como escudos humanos, ficaram presas em zonas cercadas, foram alvo de atiradores furtivos e passaram por bombardeamentos e violência intensos.
     
  • Na região do Kasai da República Democrática do Congo, a violência obrigou 850.000 crianças a abandonar as suas casas e mais de 200 unidades de saúde e 400 escolas foram atacadas. Um total estimado de 350.000 crianças sofreram de má nutrição aguda severa.
     
  • Em Myanmar, as crianças Rohingya sofrerem e testemunharam uma violência generalizada chocante, sendo atacadas e obrigadas a abandonar as suas casas no estado de Rakhine, enquanto outras crianças em zonas fronteiriças remotas dos estados de Kachin, Shan e Kayin continuam a sofrer as consequências das tensões entre as forças armadas do Myanmar e vários grupos étnicos armados. 
     
  • No nordeste da Nigéria e nos Camarões, o Boko Haram usou pelo menos 135 crianças como bombistas suicidas, quase cinco vezes mais do que em 2016.
     
  • Na República Central Africana, depois de meses de novos confrontos, registou-se um aumento dramático dos níveis de violência com crianças mortas, violadas, raptadas e recrutadas por grupos armados.
     
  • Na Somália, foram reportados 1.740 casos de recrutamento de crianças nos primeiros dez meses de 2017.
     
  • No Sudão do Sul, onde o conflito e a economia em colapso levaram à declaração de fome em algumas partes do país, mais de 19.000 crianças foram recrutadas por forças e grupos armados e mais de 2.300 crianças foram mortas ou ficaram feridas desde a eclosão do conflito em Dezembro de 2013.
     

A UNICEF apela a todas as partes envolvidas em conflitos que cumpram com as suas obrigações decorrentes da legislação internacional para que cessem imediatamente todo e qualquer tipo de violação contra as crianças, assim como os ataques contra infra-estruturas civis, incluindo escolas e hospitais.

Em todos estes países em conflito, a UNICEF trabalha com parceiros para chegar às crianças mais vulneráveis protegendo-as, proporcionando serviços básicos de saúde e de educação para que também elas possam sobreviver e ter esperança.

 

Para mais informação, é favor contactar: 

Vera Lança, UNICEF Portugal, Tel: 21 317 75 14, Tm: 960 307 985, vlanca@unicef.pt

Rita Rolin, UNICEF Portugal, Tel: 21 317 75 13, rrolin@unicef.pt

Joe English, UNICEF Nova Iorque, Tel: +1 917 893 0692, jenglish@unicef.org 

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