A Academia do Desenvolvimento é um evento de reflexão, capacitação, e networking, aberto a todas as pessoas e entidades interessadas na Cooperação e Desenvolvimento Internacional. Após as duas primeiras edições (que se realizaram em 2018 e 2022), a III Edição tem data marcada para o dia 29 de outubro, e realiza-se nas instalações da Fundação Cidade de Lisboa, em Lisboa.
A Academia do Desenvolvimento é uma iniciativa que, a partir de uma visão multidisciplinar do Desenvolvimento, procura envolver diferentes intervenientes na discussão sobre temas relevantes para o setor. É este o ponto de partida para a construção de um programa que pretende ser diverso, composto por sessões que decorrem em paralelo e incluem debates, seminários, workshops formativos, ou tertúlias. O objetivo é permitir que cada participante selecione as sessões em que pretende participar de acordo com a sua preferência, e construir assim o seu próprio programa à medida.
O programa completo, com informação sobre cada uma das sessões, pode ser consultado aqui, ou através dos separadores abaixo.
Receção e Inscrições
A "Mesa Redonda - A Agenda 2030: que caminhos futuros? A Agenda global e democrática em tempos de conflito e quebra de confiança nas instituições" é um espaço de debate sobre os desafios enfrentados pela Agenda 2030, com especial enfoque nas possibilidades de futuro para lá da Agenda2030. Serão discutidos os obstáculos que a agenda tem enfrentado, bem como a importância da Cimeira do Futuro como um sinal positivo de renovação. A conversa abordará também a governança democrática, o papel crucial da sociedade civil para o desenvolvimento sustentável e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, que foca na paz, justiça e instituições fortes. Além disso, será explorado o panorama específico de Moçambique nessas questões, com contribuições de um investigador moçambicano.
Moderação: Carla Paiva, Presidente da Plataforma Portuguesa das ONGD
A sensibilização e envolvimento da Sociedade Civil no apoio aos esforços de construção da cidadania é essencial para potenciar a Coerência das Políticas para o Desenvolvimento e consequentemente um desenvolvimento verdadeiramente justo, inclusivo e sustentável. Neste sentido, a sessão CPD quê?, dirigida a colaboradores de ONGD, Organizações da Sociedade Civil, e outros atores chave do Desenvolvimento, vai informar e sensibilizar os participantes, através de metodologias participativas, sobre qual o seu papel na promoção da CPD, promovendo o diálogo e alinhamento das organizações na construção de advocacias comuns. A sessão terá como ponto de partida a apresentação de um roteiro para a ação, onde se resume o que está feito e o que falta fazer para que Portugal implemente os seus compromissos em relação à CPD.
Organizado pela FEC - Fundação Fé e Cooperação e IMVF - Instituto Marquês de Valle Flôr
A pandemia da COVID-19 veio pôr a nu diversas fragilidades e assimetrias, nomeadamente nas relações de poder entre parceiros. É um facto inegável que a Cooperação para o Desenvolvimento está ainda assente em relações pouco igualitárias, quando não paternalistas ou dirigistas, ao nível do financiamento, no papel da assistência técnica expatriada e nos modelos de capacitação. Neste contexto, ganhou força o debate internacional sobre a localização da Cooperação e do Desenvolvimento, que se refere à transferência de competências e de recursos para as instituições dos países em desenvolvimento. Para a ACEP, este processo implica cumplicidade e co-responsabilidade com as organizações parceiras numa acção conjunta de influência sobre as políticas e sobre as condições do financiamento internacional do desenvolvimento. Face aos desafios internacionais e às lições da pandemia, é importante debater estas relações e os desequilíbrios de poder com os parceiros de Desenvolvimento a nível nacional e nos países parceiros.
Organizado pela ACEP - Associação para a Cooperação Entre os Povos
A oficina “Ética e Transparência nas Organizações da Sociedade Civil", orientada para dirigentes, colaboradores e voluntários de ONGD e outras organizações da sociedade civil (OSC), abordará a importância da conduta ética e da prestação de contas de entidades que atuam no terceiro setor. O debate em torno da coerência entre o que se defende e o que se pratica é indispensável e urgente.
Pretende-se refletir sobre práticas responsáveis e transparentes, alinhadas com princípios de governança e gestão. Serão tratados temas como a implementação de códigos de conduta, mecanismos de denúncia, transparência financeira, prestação de contas, enquanto medidas de fortalecimento institucional e de confiança pública.
Organizado pelo Grupo de Trabalho de Ética da Plataforma Portuguesa das ONGD
Integrada na Academia do Desenvolvimento de 2024 e seguindo a metodologia da Biblioteca Humana, a sessão “Liberdade, mas…”, pretende ser um espaço de reflexão sobre a Liberdade e a Democracia enquanto promotoras do Desenvolvimento, facilitando processos de aprendizagem a partir de experiências individuais, suscitando reflexão crítica, ação, diálogo e empatia. O principal objetivo da Biblioteca Humana é promover o respeito pelos Direitos e pela dignidade humana, fomentando o diálogo construtivo acerca de preconceitos que conduzem à discriminação em relação a indivíduos e grupos.
Na metodologia adotada, existirão três Livros Humanos – com histórias distintas relacionadas com Desenvolvimento, Igualdade de Género e Migrações –, que estarão disponíveis para serem “consultados” por elementos do público por períodos de trinta minutos.
Organizado pelo Grupo de Trabalho de Educação para o Desenvolvimento e a Cidadania Global da Plataforma Portuguesa das ONGD
O objetivo desta sessão consiste na promoção do interconhecimento entre empresas e ONGD com vista à criação de parcerias mutuamente benéficas no quadro de projetos de cooperação para o desenvolvimento, a implementar conjuntamente em países parceiros da Cooperação Portuguesa (especialmente PALOP). Pretende-se abordar oportunidades e estratégias de colaboração e parceria entre empresas e ONGD para que, posteriormente em Mesas de Trabalho por áreas e países de intervenção, empresas e ONGD possam aprofundar possibilidades de aproximação procurando aceder a oportunidades de financiamento de entidades multilaterais. Dando a conhecer exemplos de sinergias entre o setor empresarial e as ONGD no âmbito do desenvolvimento e da cooperação internacionais, baseadas em lógicas de sustentabilidade ambiental, social e de governação corporativa no quadro da Agenda 2030. Nesta sessão, ONGD e empresas que desenvolvam trabalho nos PALOP (ou que pretendam desenvolver), terão a oportunidade de explorar sinergias e vantagens de parcerias win-win, capitalizando diferentes valências e capacidades.
Este workshop irá explorar a relação entre Desenvolvimento e construção da paz. Será analisado como a paz não se resume à ausência de conflitos armados, mas também envolve enfrentar desigualdades e promover bem-estar social. A reflexão crítica e a empatia são essenciais para soluções duradouras, e a interdependência global sublinha a necessidade de abordar as causas profundas da violência e instabilidade, criando um compromisso coletivo com a paz sustentável.
Desta forma, partindo do Barómetro de EDCG para a Paz, convidamos os/as participantes a testarem os seus modos de sentir, pensar, poder, ser e agir perante o conflito e a violência, bem como as suas consequências.
Organizado pela ADRA Portugal
O momento Share'NGO é uma oportunidade de divulgação das ONGD e outras entidades que trabalhem no setor do Desenvolvimento, do seu trabalho e recursos, possibilitando a conversa entre organizações e participantes do público.
Nesta sessão, teremos o testemunho de quatro pessoas diferentes cujo envolvimento no setor do desenvolvimento se complementa entre si: o ativismo feminista de mulheres são-tomenses na diáspora; o ativismo pela justiça climática; o jornalismo como meio de intervenção social; e a defesa dos direitos dos migrantes e perseguição da sociedade civil.
Oradores/as
Florbela Paraíba nesceu em Beja, é licenciada em Relações Internacionais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa. Iniciou a sua carreira diplomática em 1995, tendo passado por vários postos em locais como Timor-Leste, Washington e Brasília. Foi adjunta do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros no XVIII Governo Constitucional e Diretora de Serviços da África Subsariana da Direção Geral de Política Externa. Foi ainda Chefe do Gabinete do secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Antes de assumir a Presidência do Camões IP, desempenhou funções de Embaixadora de Portugal em Dacar, Senegal, desde 2 julho de 2022.
Ana Simão, licenciada e mestre em economia, integra a Equipa Multidisciplinar de Monitorização do PLANAPP (Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas) que trabalha a Agenda 2030 em Portugal, desde 2023, tendo em vista a importância deste referencial para promover a Coerência das Políticas Públicas para o Desenvolvimento Sustentável. Desempenha funções na Administração Pública relacionadas com a monitorização do desenvolvimento sustentável em Portugal desde 2001, tendo trabalhado no INE e na APA.
Júlia Seixas é Professora na Universidade NOVA de Lisboa. Desde 2021 é pró-reitora da NOVA para a área da sustentabilidade. Os seus interesses científicos focam-se nos temas da energia e clima. Há mais de 20 anos que coordena estudos de suporte a políticas públicas, sobretudo no domínio da mitigação climática. Desde Junho 2023 coordena a rede SDSN Portugal dedicada a promover ações e iniciativas que acelerem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
João José Fernandes é Licenciado em Teologia e Humanidades (1996), obteve o Diploma de Estudos Avançados em “Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável”, em setembro de 2010, no âmbito do Programa Doutoral da Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa. É Diretor-Executivo da Oikos – Cooperação e Desenvolvimento (ONGD), desde outubro de 2004. Desde 2022 é membro da Direção da Liga Iberoamericana de Organizações da Sociedade Civil, em representação da Oikos.
Euclides Gonçalves é Antropólogo social e co-fundador do Kaleidoscopio — Pesquisa em Políticas Públicas e Cultura. É também pesquisador do IESE. A sua pesquisa concentra-se em governação, processos burocráticos e rituais políticos.
Fátima Proença é Directora da ACEP, intervém desde a década de 80 na cooperação não governamental para o desenvolvimento, em particular com organizações dos países de língua oficial portuguesa. Tem dinamizado processos de investigação/acção em África e de advocacia na sociedade portuguesa, em colaboração com pessoas e organizações da sociedade civil europeias e africanas.
Tcherno Amadú Baldé é natural da Guiné-Bissau, a residir em Portugal desde 2012. Licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Atualmente, é doutorando em Estudos de Desenvolvimento no ISEG, com uma investigação focada na localização da ajuda ao desenvolvimento no contexto da Guiné-Bissau. Trabalha como gestor de projetos no Instituto Padre António Vieira (IPAV)
Daniela Lopes integra o Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social na FEC - Fundação Fé e Cooperação, onde é responsável pelo desenho e implementação de projetos a nível nacional e europeu. É licenciada em Sociologia pela Universidade NOVA de Lisboa e Mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo ISEG.
Monica Silva é técnica especialista de projetos de Cidadania Global e agente de transformação social. Trabalhou 10 anos no IEEI sobre temáticas europeias. Licenciada em Relações Internacionais pelo ISCSP-UL. Tem uma pós-graduação em Estudos da Paz e da Guerra pela Universidade Autónoma de Lisboa e é mestranda em Ciências da Educação – Especialização em Educação e Desenvolvimento Comunitário.
Ana Castanheira coordena a Unidade de Cidadania Global no IMVF, onde é responsável pelo desenho e concretização de projetos de educação para a cidadania global. Tem uma vasta experiência na formação de parcerias com organizações congéneres bem como na realização de campanhas de mobilização. É mestre em Estudos Africanos pelo ISCTE-IUL.
Miguel Duarte é um activista pela liberdade de movimento e um trabalhador humanitário. Faz resgate marítimo no mar Mediterrâneo desde 2016 e desenvolve um trabalho de sensibilização e advocacy com vista à proteção dos direitos de migrantes com a associação HuBB - Humans Before Borders. É doutorado em matemática e vive em Azambuja.
Luís Fazendeiro é físico e ambientalista, autor do livro "Sobre a Mudança: Justiça climática e transição ecológica no século XXI", de 2023. Investigador em Sistemas Energéticos Sustentáveis, tem colaborado com vários colectivos, incluindo a revista online Ebulição e o jornal Le Monde diplomatique - edição portuguesa."
Carlos Rosado é Vice-presidente da Plataforma Portuguesa das ONGD desde agosto de 2024. É Presidente da ONGD Associação Horizontes e Diretor Adjunto da Direção da Banca Empresas no Banco Montepio, onde trabalha há 30 anos, sempre em áreas comerciais, atualmente owner dos processos ESG e Sustentabilidade.
Beatriz Braga tem formação de base em História Moderna e Contemporânea, concluiu o Mestrado em Estudos de Desenvolvimento, em 2018, com especial enfoque no trabalho das ONGD portuguesas na área de Educação para o Desenvolvimento e Cidadania Gobal. Trabalha desde novembro de 2019 na ADRA Portugal, como Coordenadora de Projetos, em Cooperação para o Desenvolvimento e EDCG.
Ilidiacolina Vera Cruz é São-Tomense e licenciada Licenciada em Planeamento e Desenvolvimento Turístico. É Ativista social e uma defensora dos direitos humanos das mulheres e raparigas. É Presidente da Associação Mén Non.
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