24 mai 2024 Fonte: Plataforma Portuguesa das ONGD Temas: Ajuda Pública ao Desenvolvimento, Cidadania e Participação, Coerência das políticas, Cooperação para o Desenvolvimento
A pouco mais de duas semanas das eleições para o Parlamento Europeu, candidatos portugueses representantes de partidos e coligações com assento na Assembleia da República, juntaram-se para debater sobre o papel da União Europeia na resposta aos desafios globais, numa iniciativa organizada pela Plataforma, FEC, IMVF, Oikos e Centro de Estudos Internacionais do ISCTE. A discussão foi viva e as opiniões convergiram na importância de reforçar a capacidade da UE para promover o desenvolvimento global sustentável.
Muito mudou desde a última eleição para o Parlamento Europeu, em 2019. Desde então, o impacto da pandemia de Covid-19 e as consequências da invasão russa da Ucrânia deixaram claro que vivemos num mundo interdependente onde a solidariedade desempenha um papel central. O impacto das alterações climáticas, o agravamento das desigualdades, a erosão das democracias, e tudo o que falta fazer para cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030 são desafios a que temos de conseguir responder de forma concertada e convincente.
Foi por isso que, num momento importante para o futuro da União Europeia em que se vai definir a composição das suas instituições para os próximos 5 anos, a Plataforma – em conjunto com as suas Associadas FEC, IMVF e Oikos e o Centro de Estudos Internacionais (CEI) do ISCTE – promoveu a iniciativa “A UE e a cooperação para o desenvolvimento: que futuro para uma Europa global e solidária?”. O evento teve lugar no Auditório Ferreira de Almeida, no ISCTE, e contou com a participação de cerca de 70 pessoas.
A sessão de abertura ficou a cargo da Presidente da Plataforma, Ana Patrícia Fonseca, e da Diretora do CEI-ISCTE, Ana Mónica Fonseca. Antes do início do debate com candidatos ao Parlamento Europeu, as intervenções iniciais recordaram o momento complexo que vivemos atualmente e assinalaram a importância de assegurar a representação paritária entre homens e mulheres, em resposta ao facto de o painel ter sido composto apenas por candidatos do sexo masculino. Foi ainda no momento inaugural do evento que Ana Patrícia Fonseca partilhou algumas das propostas assinaladas pela Plataforma no documento “A solidariedade global, a democracia e o papel da UE num mundo em mudança”, divulgado publicamente no início da sessão.
Iniciado o debate, moderado pelo jornalista Paulo Baldaia (Expresso), a discussão centrou-se na necessidade de encontrar respostas para promover o desenvolvimento global, num contexto particularmente difícil. O painel contou com a participação de Hélder Sousa e Silva (AD), Alexandre Abreu (BE), Francisco Almeida Leite (CH), João Pimenta Lopes (CDU), António Costa Amaral (IL), Filipe Caetano (L), Bruno Gonçalves (PS) e Rodrigo Andrade (PAN) e foi unânime quanto à importância de valorizar as políticas de cooperação para o desenvolvimento da União Europeia.
A pobreza, as alterações climáticas e as migrações foram alguns dos outros pontos abordados, numa sessão que contou também com um período de perguntas do público. Durante o evento foi ainda publicado um estudo sobre as tendências das políticas de cooperação para o desenvolvimento da União Europeia, intitulado “A cooperação europeia para o desenvolvimento em 2024: desafios e perspectivas”. Este foi um trabalho promovido pela Plataforma e desenvolvido pelos investigadores Luís Pais Bernardo, Luís Mah e Ana Luísa Silva.